Quando a moto começa a falhar, o primeiro pensamento é de um problema caro e complexo. Mas a falha pode ser muito mais simples, como apenas uma vela de ignição defeituosa. Mas, afinal, como elas funcionam?
A combustão de um motor convencional só é possível graças à combinação de três fatores: combustível, ar e fogo. A gasolina (ou álcool) fornece obviamente o combustível. O ar entra pelo filtro e “limpa” o oxigênio da melhor maneira possível. Já o fogo é providenciado pela ignição das velas, graças à centelha gerada por seus eletrodos.
É como um isqueiro ou aquela faísca gerada pelo fogão da cozinha. Ao dar a partida, a energia elétrica da bateria atinge os cabos de ignição que, por sua vez, estão ligados às bobinas de ignição. Geralmente uma vela é responsável por dar vida a cada cilindro, mas há caso de motores com mais velas para otimizar o momento da ignição de apenas um cilindro.
No mercado atual existem vários tipos de velas de ignição. O número de eletrodos ou de materiais de construção são as principais características que as diferenciam, pois influem diretamente na forma como a faísca é produzida (o que melhora a combustão) e na durabilidade (aumentando os intervalos de troca entre elas). Mas basicamente podemos separá-las da seguinte forma:
Pelo número de eletrodos
- Velas de apenas um eletrodo – essas são as mais comuns de se encontrar e também as mais baratas. Possuem apenas um eletrodo para gerar a faísca e, por isso oferecem uma combustão básica, mas eficiente.
- Velas de vários eletrodos – Nesse caso, as velas costumam oferecer uma combustão muito mais vívida, já que a faísca é distribuída através do número de eletrodos, o que também prolonga a vida útil do material.
Pelo material com que são construídas
- Eletrodo de liga de níquel – são as velas mais comuns que se pode encontrar, porém suficientes para o bom funcionamento do motor. São as ideais para motos populares, onde a relação custo/benefício é primordial. Costumam perder suas propriedades mais rapidamente.
- Eletrodo de irídio – as conhecidas velas de irídio ganharam fama graças à maior dureza do elemento químico, que proporciona melhores contatos elétricos, e consequentemente uma faísca de maior qualidade. Também apresenta maior durabilidade.
- Eletrodo de platina – o mesmo pode ser dito sobre a platina, que graças às características naturais do elemento garante um desempenho consistente em toda a vida útil das velas de ignição. Elas queimam melhor e por mais tempo, por isso são as mais caras.
Como trocar as velas de sua moto?
Primeiramente é bom destacar que o nível de dificuldade na troca de uma vela está diretamente ligado ao projeto da motocicleta, o que naturalmente varia de um modelo para o outro. Algumas são de fácil acesso não necessitando de quase nada para retirá-las. Outras demandam mais trabalho.
Assim, trocar a vela de uma Honda CG 150 não é exatamente igual ao de uma Honda CBR600RR, por exemplo. Mas, o princípio básico é o mesmo e não se trata de nenhum bicho de sete cabeças. Antes de por a mão na massa, conheça bem a sua moto.
Saiba as especificações de suas velas no manual do proprietário. Lá estará o modelo e a fabricante utilizada. Tenha o seu código como base. Se quiser continuar com elas, basta procurar um novo jogo. Se quiser algo mais sofisticado, a internet está aí para oferecer opções.
Realizando pequenos serviços como esse você economiza na mão de obra, ganha conhecimento sobre a sua própria máquina e tem a satisfação de senti-la trabalhando a pleno novamente. A melhora no comportamento com velas novas costuma ser imediata.
Passo 1: remova os cabos de ignição – Cada vela é acionada por um cabo de eletricidade (também chamado de “cachimbo”) e basta puxá-los para deixar as velas expostas.
Passo 2: desaparafuse as velas com a chave correspondente – Antes de sair comprando uma chave, lembre-se que cada motocicleta possui o seu próprio jogo de ferramentas para pequenos reparos como esse. Às vezes, a chave necessária está entre elas.
Passo 3: limpe completamente o orifício onde estão alojadas – Normalmente as velas estão em lugares onde costuma pegar muita umidade e sujeira. Uma limpeza de tempos em tempos, com um limpa contatos, é bem vinda.
Passo 4: Insira as novas velas com a mão – A vela é facilmente fixada no lugar rosqueando-a em sentido horário. A chave deve ser aplicada para fixá-la com firmeza, mas não abuse: uma força excessiva pode danificar a rosca.
Passo 5: complete o serviço com um torquímetro – Isso assegura que você apertará as velas com a força recomendada pelo fabricante, o que normalmente está no manual de serviço. Se não o tiver, um truque: gire 90º com a chave, caso sejam velas de assento plano; 15º se forem cônicas.
Passo 6: reconecte os cabos se certificando de que foram até o fim – Parece bobo, mas muitas vezes os cabos não são fixados até o fim vindo a se soltar, depois, com a vibração. Lembre-se que tudo começa pela energia elétrica, senão, a faísca não acenderá.
Realizando pequenos serviços como esse você economiza na mão de obra, ganha conhecimento sobre a sua própria máquina e tem a satisfação de senti-la trabalhando a pleno novamente. A melhora no comportamento com velas novas costuma ser imediata.