A aquisição da MotoGP pela Liberty Media, a mesma empresa que gerencia a Fórmula 1, atraiu muita atenção dos fãs, que querem saber como a situação irá evoluir a partir de agora. Mas o seu novo dono, Greg Maffei, garante que o que eles querem é mostrar o seu verdadeiro potencial para o mundo.
Em entrevista por vídeo à emissora norte-americana CNBC, Maffei esclareceu algumas dúvidas sobre a aquisição anunciada oficialmente na segunda-feira (1ª) por 4,3 bilhões de euros. O executivo de 63 anos não nega que eles pretendem implementar o mesmo modelo de negócio visto na Fórmula 1, com uma forte presença digital e de redes sociais, na MotoGP.
“Não impusemos regras predefinidas a nós próprios, mas gostaria que algumas das ideias que ajudaram o mundo a apreciar o valor e a força da Fórmula 1 também fossem utilizadas na MotoGP. É o reconhecimento de um modelo que funciona“, disse Maffei. “A MotoGP é em si um esporte emocionante e não creio que isso deva ser mudado, na verdade nossa intenção é mostrar ao resto do mundo o quão emocionante é esse esporte.“
O primeiro passo aparentemente será descentralizar a MotoGP da Espanha – sede da Dorna e país atualmente com quatro etapas no calendário – para começar a promover rodadas em outros recantos do mundo, notadamente os Estados Unidos. Algo que também foi feito na Fórmula 1.
“Para começar, a MotoGP tem atualmente apenas uma etapa nos Estados Unidos (em Austin, Texas), a mesma situação que a F1 tinha quando a adquirimos. No resto do mundo, geograficamente há muitas oportunidades, nesse momento só há 12 na Europa, vamos avaliar todas essas oportunidades, sem aumentar ainda mais o número de corridas.“
Também não resta dúvida de que a Liberty Media vai buscar fortemente o público informal, aquele que sequer utiliza motocicleta no dia a dia ou nos fins de semana, algo que a Dorna já vem implementando na medida do possível nos últimos anos.
“Ainda não falamos sobre isso, embora para a F1 tenha sido fundamental mudar o foco dos carros para as histórias“, disse Maffei. “Muito depende de que tipo de fã estamos falando, se são aqueles mais interessados nos detalhes técnicos, ou apaixonados pelos pilotos ou outros elementos. Nosso objetivo é chegar a todos, onde quer que estejam e acho que a oportunidade está aí.“
Mas a Liberty Media não adquiriu totalmente a Dorna. O negócio (que ainda vai ser totalmente finalizado até o fim do ano) cobre 86% da empresa, as partes que antes pertenciam a um fundo de investimentos britânico e um fundo de pensões canadense. A Dorna manterá os 14% restantes do seu capital social permanecendo uma empresa gerida de forma independente liderada por Carmelo Ezpeleta.